**Peça que representa a reforma financeira de John Law e o conjunto de medidas (expansão excessiva do papel-moeda, especulação sobre ações da Companhia do Mississippi e perda de lastro metálico) que levaram ao colapso de 1720**
**Peça recunhada sobre 20 sols de Navarra**
**Certificada NGC XF Details**
Moeda Real da França 1/6 escudo de prata de Louis XV (o Bem-Amado, 1715–1774)
Sixième d’écu (um sexto de escudo), 1720 A, cunhada na Casa da Moeda de Paris (marcas: fox/flower).
Anverso: busto laureado, drapeado e com armadura de Louis XV voltado à direita, com trevo sob o busto.
Reverso: brasão real francês coroado.
Droulers 771; Duplessy 1668; Ciani 2110; KM 454.1.
Peça sobrecuñhada sobre 20 sols de Navarra (Duplessy 1661).
Refc11711 (R$ 3.670,00)

Contexto Histórico:
Esta moeda pertence ao chamado “John Law Coinage”, período em que o financista escocês John Law conduziu a mais ousada reforma econômica da França entre 1716 e 1720. Nesse momento, ocorreram recolhimentos de moeda metálica, revalorizações, emissões de papel-moeda e forte intervenção estatal sobre o sistema financeiro. O sixième d’écu de 1720 é emblemático desse cenário, marcado por sobrecunhagens — como a deste exemplar sobre um 20 sols de Navarra — e por ajustes monetários que culminaram na famosa crise da Bolha do Mississippi. Uma peça especialmente relevante para quem aprecia a relação entre política monetária, crise financeira e história econômica, sendo ideal para estudiosos, investidores e profissionais do mercado financeiro que buscam um objeto histórico carregado de significado.
A reforma financeira de John Law (1716–1720) constituiu uma das experiências monetárias mais ambiciosas e controversas da era moderna, estruturada sobre a substituição progressiva da moeda metálica por papel-moeda lastreado em crédito estatal, aliado à centralização bancária e comercial sob a égide do Banque Royal e da Companhia do Mississippi. O sistema articulava emissão expansiva de notas, consolidação da dívida pública em ações negociáveis, manipulação de valores fiduciários e ampla recoinhagem destinada a reequilibrar o estoque metálico nacional. A aceleração do crédito, combinada à especulação intensa sobre os ativos coloniais, produziu uma bolha financeira cuja implosão em 1720 evidenciou os limites da liquidez artificial, a fragilidade da confiança como fundamento monetário e o risco sistêmico inerente à fusão entre Estado, crédito e mercados.

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