**Denário de Commodus pobre em prata - reflexo da crise que levaria à morte do imperador**
Moeda Romana Denarius Fourrée de Commodus (177/180-192 d.C.)
Cunhada em Roma, em 192 d.C.
Anverso: L AEL AVREL COMM AVG P FEL, cabeça laureada de Commodus voltada para a direita.
Reverso: LIB AVG PM TR P XVIII COS VII PP, Liberalitas em pé à esquerda, segurando um Pileus e um cetro.
Referências: RIC III: 241
Dimensões: Peso 3.18 g
Refc10804

Commodus governou Roma de 177 a 192 d.C., sucedendo seu pai, o estimado Marcus Aurelius. Diferente de seu predecessor, Commodus é frequentemente citado como um exemplo de decadência imperial devido à sua gestão errática e desinteresse pelas responsabilidades administrativas. Ele é notório por sua extravagância e narcisismo, frequentemente participando em combates de gladiadores, o que era visto como indigno para um imperador. Sua fixação em se autodeclarar a reencarnação de Hércules evidencia sua megalomania, com várias moedas e estátuas exibindo-o com atributos do deus.
Seu reinado terminou com seu assassinato em 192 d.C., após uma série de conspirações dentro de sua própria corte. Este evento marcou o início da crise do terceiro século, uma era de severa instabilidade que ameaçou a existência do Império Romano. A governança de Commodus, marcada por corrupção e ineficácia administrativa, é frequentemente apontada como o catalisador para este período turbulento, destacando a importância da liderança competente e engajada para a estabilidade do império.
Durante o governo de Commodus, a escassez de prata impulsionou a adoção de práticas monetárias questionáveis para sustentar as despesas imperiais, incluindo o pagamento do soldo das legiões. Notavelmente, foram empregados tanto os Limes denarii quanto os denarius fourrée. Os Limes denarii, cunhados nas regiões periféricas do império, podiam ser de bronze, imitando denários de prata, e usados para propósitos como pagamento de tropas em áreas de fronteira ou estabilização econômica de regiões distantes. Paralelamente, os denarius fourrée, que são moedas com núcleo de metal inferior revestido de prata, também circularam como uma tentativa de contornar a falta de recursos prateados. Essas estratégias refletem os desafios econômicos enfrentados por Commodus e a resposta adaptativa do império às necessidades monetárias, apesar dos potenciais riscos de desvalorização e instabilidade financeira.